sábado, 22 de dezembro de 2012

Por que adoramos o fim do mundo?



Estamos volta e maia, quer dizer meia, encarando o tal do fim do mundo.

Em 1999, quando havia o medo de que o mundo acabasse na virada para o ano 2000, o 'bug do milênio' e o caral.. a quatro, comprei um livro falando dessa nossa vontade de acabar com tudo e relatando outros finais de mundo.

Desde então passamos por mais alguns. Dessa vez foi o fim do calendário Maia, devo admitir que este foi dos mais sinistros que já vi. Programas de TV, documentários, gente ganhando uma grana preta ensinando pessoas a sobreviver e claro a como matar outras pessoas para fazer isso, coisa de norte americano...

Não quero aqui desmerecer o fim do tal calendário acredito que de uma forma ou de outra ele é um marco e como tal poderá ganhar um sentido em nossa história como espécie, mas isso só veremos no futuro.

O que estava pensando era no nosso desejo em que o mundo acabe.

Sim desejo. Parece-me que por trás de todo esse frenesi há o mais puro e verdadeiro desejo de que tudo se acabe. Parece haver uma compreensão, mesmo que velada, de que as coisas não estão bem. De que apesar de agora termos Ipads, Iphones, filmes em 3D, Kindles, carros flex e TVs digitais de tela plana, as coisas não estão bem.

"Ora se as coisas não estão bem não é só consertá-las?" O problema é que nunca é tão simples assim. Consertar coisas como por exemplo: a desigualdade social, a exploração indiscriminada de nossos recursos naturais, o estresse e a ansiedade generalizados que corroem pessoas e relações, irá exigir muito trabalho, determinação e algumas vezes que abramos mão de coisas que gostamos e que nos trazem conforto e praticidade.

Mais fácil um meteoro vir e acabar com tudo. Mais fácil uma raça alienígena super avançada vir e nos escravizar. Mais fácil as placas tectônicas se soltarem e a crosta terrestre virar gelatina. Mais fácil jogar a responsabilidade de mudar as coisas para os outros.

O fato é que o mundo não acabou e ainda estamos aqui, à nossa própria mecê. Vítimas e carrascos de nossas próprias escolhas.

Continua em nossas mãos fazer diferente. Eu mesmo ainda não sei bem o que fazer, ou do que abriria mão, mas continuo acreditando que nós, como seres humanos capazes de nos adaptar às mais adversas situações, encontraremos alternativas.

Um bom mundo novo para você.





Você poderá gostar também:






Tragédias e pores do Sol










Essencial X Circunstancial 

Nenhum comentário:

Postar um comentário