Na maioria das vezes em que inicio, participo ou assisto uma
discussão sobre a sociedade algo me incomoda profundamente.
E são várias as questões que me
incomodam: o que é ético e o que está dentro da lei? As desigualdades que
proporcionamos e produzimos e a vontade de ajudar os menos favorecidos. As
pessoas reduzidas a números e a quantos números mais ela pode gerar.
O que traz esperança é que não
sou o único a sentir o gosto amargo disso tudo, sou apenas um dos muitos que
estão cada vez mais enjoados e enojados de ver tanta falta de respeito, tanta
hipocrisia e tanto medo de fazer o certo.
Não sou exemplo
nem tampouco o cara que faz tudo certo e que não sofre com arrependimentos e
com os “e ses” e que vive a sonhar
com maneiras mágicas de fazer tudo entrar nos eixos. Estou convencido de que
não tenho as respostas e estou certo de que se alguém as tem deve estar tão
louco quanto Darwin ao não querer apresentar sua teoria para o mundo(http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin).
Mesmo assim eu quero propor algo,
ou melhor, quero sugerir uma pequena mudança no modo como falamos/pensamos a
sociedade.
Já ouvi e falei um milhão de
vezes: “A sociedade produz monstros com os quais não consegue lidar”, “As
pessoas não se respeitam”, “Eles se comportam como animais no trânsito”.
O que proponho é algo simples e
que apesar de simples desde que o adotei já perdi algumas noites de sono.
A mudança é dizer “nós”. Afinal
de contas “nós” somos a sociedade e “nós” podemos ser as “pessoas” ou os “eles”
para alguém.
Portanto: “Nós produzimos
monstros com os quais não sabemos lidar”, “Nós não nos respeitamos” e “Nós nos
comportamos como animais no trânsito”.
Somos todos produtos da sociedade e são as condições
materiais deste mundo, que irão moldar nossa consciência, que irão influenciar
as nossas ações e o nosso julgamento diante de um fato ou acontecimento.
Porém, somos também produtores e parte ativa desta mesma
sociedade. Influenciamos o comportamento dos outros à nossa volta e a nossa
forma de julgar o outro irá influenciar o julgamento dos demais. Nós podemos
simplesmente reproduzir algo, quando repetimos um discurso que já ouvimos um
milhão de vezes sem nos questionar sobre o que ele significa, ou podemos produzir
algo novo quando questionamos, nos indignamos, ou alteramos algo com o qual não
concordamos.
A responsabilidade pela mudança
reside em nós mesmos e esta é nossa benção e nossa maldição.
Nós somos a sociedade. Nós somos o povo, nós fazemos parte
desse mundo e somente nós podemos mudá-lo.
A estrada é longa, o caminho é
deserto e o lobo mau se esconde aqui por perto. É, não é uma caminhada fácil,
mas como diz Seth Godin em palestra feita no TED, “o que os seres humanos fazem
é alterar o status quo” e este é um tempo de enormes mudanças. (http://www.ted.com/talks/seth_godin_on_the_tribes_we_lead.html)
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