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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Autoconhecimento


 Foto: Luiz Boscardin

Tenho percebido como o autoconhecimento, além de ser matéria prima no trabalho de psicoterapia, passa também a ser valorizado nas organizações.

O líder de hoje nas organizações não é mais aquele que manda e é obedecido por quem tem juízo. Hoje as pessoas questionam mais, querem saber o porque daquilo que estão fazendo e o mais importante, se não estão felizes no lugar em que estão simplesmente vão embora e arrumam um novo emprego e nesse processo as organizações tem perdido muitos talentos..

No consultório nem se fala, o autoconhecimento é peça chave de todo o processo, pois no final das contas não estamos ali para ‘consertar’, o marido, a esposa, os filhos, o chefe, os pais, etc, estamos ali para refletir, questionar e resignificar como a pessoa que está ali à nossa frente relaciona-se com cada um destes outros atores, para aí sim pensarmos estratégias de como fazer diferente, na expectativa de assim gerar respostas diferentes da outra parte.

Pois bem, mas o que quero discutir aqui e o que venho pensando é como fazer isso? Como dar o primeiro passo em direção ao autoconhecimento?

A resposta que me surgiu pode parecer simples e banal, mas é algo por vezes difícil de se colocar em prática, como todo passo quando estamos lidando com a alma humana.

O primeiro passo é se perguntar: ‘como estou cumprindo as minhas tarefas? Como estou me relacionando com aquela pessoa, ou equipe? Como estou me relacionando com meu chefe, meu pai, esposo, esposa? Será que posso fazer diferente? Será que posso fazer melhor?’

Podemos responder a estas questões de forma rápida e simples: ‘Bem. Muito bem. Excelente. Claro sempre dá pra fazer melhor!’ Se por um acaso você respondeu a estas perguntas de forma rápida e rasteira, bom então a próxima pergunta é: ‘Porque você não está se deixando pensar nem um pouquinho sobre o tema? Do que você está se defendendo?’

Quando nos questionamos estamos admitindo para nós mesmos e para os outros que somos falhos e que não somos perfeitos como gostaríamos de ser, ou que não somos o profissional que a última edição de uma revista diz que eu devo ser para alcançar o sucesso, ou a mãe perfeita para meus filhos, ou qualquer outro modelo ideal de humano que tentam nos empurrar goela abaixo.

Isso no consultório talvez seja mais fácil, pois esse é um ambiente seguro, já no ambiente de trabalho é mais difícil já que mexe com a ideia de profissional que as pessoas, e nós mesmos, temos a nosso respeito e por incrível que possa parecer a maioria das empresas busca o cara, ou a mulher, da capa da revista do mês.

Temos que nos lembrar que acima de tudo somos pessoas que se relacionam com pessoas, que assim como nós mesmos são falhos, tem medos, inseguranças e qualidades, muitas qualidades. E que se não soubermos qual é a nossa parcela de responsabilidade nestes relacionamentos, não poderemos fazer diferente, ou melhor.

O primeiro passo, portanto a meu ver é questionar-se, desprendida e corajosamente, sobre o que fazemos e como fazemos. E se preciso pedir ajuda para pensarmos sobre isso.

Abraços e até a próxima.




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Era da perfeição

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Era da Perfeição



Lendo um livro e em discussões com meu terapeuta e com clientes meus me deparei com esta constatação.
Estamos na Era da Perfeição.

Temos que ser perfeitos em tudo o que fazemos, no trabalho, em casa, nos estudos, na forma como nos relacionamos, na forma como levamos a vida.

Se você costuma passar em frente à banca de jornais ou revistarias pelo menos uma vez por semana sabe do que estou falando, se não o faz ou ainda não sabe faça isso. Vá até uma banca de jornais e veja as capas das revistas, você vai encontrar manuais de como ter o corpo perfeito, o abdômen perfeito(para os homens), o bumbum perfeito (para as mulheres), como conseguir o emprego dos seus sonhos, como educar seus filhos para que sejam perfeitos, como ter um casamento feliz e assim vai.

Somos a todo momento bombardeados por este tipo de informação onde tudo o que importa é o resultado, sempre perfeito, ou melhor ainda ideal, por conta disso deixa-se de lado o processo para se chegar até lá, ou a qualquer lugar, o fracasso inclusive. Pequenas conquistas são obliteradas pelo brilho do sorriso daqueles que são os verdadeiros vencedores.

A jornada passa a ser apenas um empecilho ao sucesso, o caminho percorrido algo duro e injusto.

O  erro ou do fracasso inadmissíveis e portanto medo deste paralisante.

Temos muito o que dar ao mundo, à nossa comunidade, todos nós. O caminho não é fácil nem tranquilo, mas duvido que o tenha sido para alguém.

Se de alguma forma isso tudo faz sentido para você que está lendo este texto, aqui vão algumas perguntas. Que ideais são esses que você persegue? Por quem foram impostos? Será que você está tão mal quanto imagina que está? Olhe o quanto já conquistou e lembre-se ou pense no porquê desta jornada que você escolheu para você mesmo.

Um livro interessante que fala dessa questão do sucesso é  Fora de Série - Outliers - do jornalista Malcolm Gladwell. Ele discute essa ideia do sucesso por acaso, ou solitário. Leitura interessante para pensarmos sobre nosso tempo e outro que foi o que citei no começo do texto é O Homem a Procura de Si Mesmo - do psicólogo Rollo May.



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