Tragédias como as de Santa Maria, como a noite que insiste
em surgir toda vez que o Sol se põe, trazem à tona a velha questão humana de
encarar a própria morte.
É inevitável ao ver tantos jovens mortos, não pensar na
própria finitude. Independente da religião que se siga, ou da crença que se
tenha sobre o que ocorre após a cessação das funções de seu corpo.
A morte nos assombra e pensar sobre ela é, como diz o
psiquiatra e autor Irvin D. Yalon, olhar diretamente para o Sol, só conseguimos
fazê-lo por um instante antes de desviarmos os olhos para outra direção.
Porém a morte é ainda mais assustadora para aqueles que não
vivem de modo satisfatório a própria vida.
E isso nos leva à algumas questões.
O que estamos fazendo com nossas vidas? Onde você tem
investido mais tempo? Tem feito coisas que gosta ou somente as que tem que
fazer? Tem visto os amigos? Brincado com seus filhos? Que legado, ou exemplo,
você está deixando para trás?
Para todos nós que nos últimos dias temos sofrido junto a
essas famílias que perderam seus filhos, irmãos e amigos, talvez seja também um
momento de olharmos para nós mesmos e pensarmos o que estamos fazendo com nossa
vida, que é tão única, quanto frágil e que pode findar quando menos esperamos.
E citando Yalon termino dizendo “a morte pode nos destruir,
mas a consciência dela pode nos salvar”.(De Frente Para o Sol, Irvin D. Yalon)
Nenhum comentário:
Postar um comentário