quinta-feira, 28 de março de 2013

Formigas e Homens






Sento-me para escrever na mesa da cozinha
e tudo o que vejo são formigas
Indo de um lado              para                        o outro
caminham pela mesa e pelo
                                              chão

Procurando a próxima migalha
A próxima refeição

TUDO É CLARO, TUDO É CERTO... É ÓBVIO

A sobrevivência da colônia delas depende
Mato algumas sem dor aparente
Esmago-as com a ponta dos dedos
É fácil, matar é fácil
É banal

Mas não importa quantas vezes eu repita o gesto
não importa quantas eu mate
ocupando os mesmos lugares
outras virão

Procurando a próxima migalha,
A próxima refeição

Levam a falecida carregada
Será a refeição da casa
Outras vem e refazem o trajeto

TUDO É CLARO, TUDO É CERTO... É ÓBVIO

Enquanto isso eu não sou   
Apenas estou

Pode até ser
E talvez até seja
                          mas
             Já não sou mais
                         
Estou assim
E já estive outro
               mas
Serei diferente

tudo é complexo, tudo é multifacetado... é dúvida.

E ainda será
e eu serei
e se for então já é,
mas e se não for?

Se não for...
...                                                                   
...             
...aí não será

Por outro lado, estou
e se estou, PODE SER!

Sim, pode até ser,
mas só se estiver,
porque aí sim eu serei...
                                      ...ou estarei

Enquanto isso eu caminho
de um lado               para                                o outro

Buscando a próxima migalha,
A próxima refeição.

Tentando entender um pouco daquilo que sou
daquilo que poderei ser
e de quem fui

Tudo é complexo, tudo é multifacetado... É DÚVIDA.






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