O homem de alma vazia
Vagueia por entre o vazio do nada
E a complexidade do todo
Anda sem destino por uma vida sem sentido
O mundo é o que ele vê
Não há significado além do próprio acontecido
Não tem profissão, tem emprego
Não tem sonhos, tem contas
Não viaja, assiste à TV
Sua alegria é a vitória de outros
Sua tristeza nunca o deixa
Vive o mesmo dia todo dia
Fazendo sempre tudo igual
Não gosta do presente e dele se queixa
Mas teme a mudança e dela se esconde
É desgostoso, é amargo, é indeciso,
É fraco, é confuso e é incompreendido
Sobrevive pelo medo que tem da morte
E se vangloria de ser ciente desta
Nasce humano, torna-se máquina e morre entulho
Espécie que está em toda parte nas grandes cidades
Homens que estão á nossa frente e ao nosso lado
Somos nós no dia a dia
Após dia
No mesmo dia
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