terça-feira, 12 de maio de 2009

DIA DAS MÃES



Já que este é mês do dia das mães, resolvi aceitar uma sugestão e escrever algo relacionado com a data.
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Ser mãe hoje em dia envolve não somente desempenhar o papel daquela que cuida, educa, nutre, brinca, dá bronca, protege, etc. Na grande maioria dos casos além de desempenhar este papel, a mãe de hoje tem que desempenhar muitos outros papéis, e o que causa maior conflito é o papel da profissional.
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A mulher de hoje cobra-se, e sente-se cobrada, de ser bem sucedida no trabalho, ou nos negócios, independente daquilo que se propõe a fazer. A idéia de depender de alguém financeiramente não é aceitável e somente cuidar da casa e dos filhos, mesmo podendo ser algo prazeroso, acaba sendo visto como uma falta de objetivo ou ambição, ou mesmo submissão ao marido ou filhos.
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Cada vez mais a mulher tem assumido um papel importante na parte financeira da casa, algumas vezes assumindo a responsabilidade da maioria das contas. Além disso, muitas mães optam por criar seus filhos sozinhas, seja por conta de um relacionamento que não deu certo, seja por opção, o fato é que nestes casos elas não tem outra alternativa a não ser sair para trabalhar.
E claro que não é só a parte financeira que importa, existe também a questão da realização profissional e pessoal. O desejo de ser bem sucedida, de realizar seu potencial seja ele qual for, de ser reconhecida, elogiada e apreciada por suas qualidades e feitos.
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Essa mesma mulher, agora no papel de mãe, por vezes sente que está sendo negligente com seus filhos. Por não estar passando tempo suficiente com eles, ou porque quando está com eles não tem disposição para dar a atenção que gostaria aos pequenos, e mais uma vez cobra-se, e sente-se cobrada, por não estar sendo uma boa mãe.
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E aí surge a angústia de não saber o que fazer. Bom, a meu ver não há resposta fácil para esse dilema. É algo relativamente novo, mas que temos que aprender a lidar da melhor forma possível.
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O que posso dizer é o mesmo que digo no consultório. No final das contas, a não ser quando o fator financeiro é imperativo, trata-se de uma questão de escolha e de assumir as conseqüências por essa escolha. É fazer aquilo que acredita ser o mais importante naquele momento, ou o que mais a satisfaça.
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Conheci mulheres que abandonaram carreiras promissoras para estar mais tempo com os filhos, ou outras que deixaram de aceitar excelentes propostas de emprego, ou mesmo deram um tempo na carreira com o mesmo intuito e não se arrependeram de suas escolhas. Por outro lado também já conheci aquelas que sentem-se culpadas por ter feito esta escolha. Outras conseguem conciliar, muito bem e sem culpa, trabalho e família, sabendo dar o tempo certo a cada um deles.
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Não há resposta certa ou errada, ou mesmo um modelo que possa funcionar para todas. Existe uma escolha, que pode não acabar com a culpa de dar preferência aos filhos ou à profissão, mas que quando feita de forma tranqüila e consciente pode trazer a força necessária para suportar e diminuir esta culpa.
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Como eu disse, não é fácil. O jeito é sentar e pensar muito bem para não se arrepender depois. E se tivermos alguém para nos auxiliar nesta decisão, melhor ainda.
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Quero encerrar dizendo que este é mais um dos tantos motivos que tenho para admirar e reconhecer a grandeza das mulheres e por fim mandar um beijo especial às quatro mães que me são muito importantes. Minha avó, minha mulher, minha sogra e claro a minha mãe. Um beijo e muito obrigado por tudo.




4 comentários:

  1. Filho, acabei de ler seu artigo.
    Lendo-o, me veio a lembrança a decisão que tomei, optando dar um tempo na minha vida profissional para dedicar-me a educação e acompanhamento de vocês. Valeu a pena. Pois hoje tenho filhos maravilhosos, dedicados de coração à família e competentes na profissão que escolheram.
    Com relação ao tema, penso que é um grande dilema da mulheres nos dias de hoje. Seu artigo traz uma boa contribuição nesse sentido.
    Beijos
    Julia

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  2. Adorei o texto! Achei delicado, respeitoso e verdadeiro. Nem sempre os homens conseguem compreender a condição feminina e suas implicações, não porque são incapazes, mas porque são diferentes. O mesmo acontece com as mulheres, que por vezes não compreendem os homens, mas enfim...
    Acredito mesmo que não exista uma escolha sem culpa! Toda escolha implica em renúncia e a renúncia implica na culpa por não ter escolhido aquilo, a insegurança de poder ter feito a escolha errada e muitos outros sentimentos e pensamentos. Sinto, como mulher e mãe, que nosso grande desafio é compreender que temos que renunciar a algumas coisas para termos outras, que isso por si só não é ruim, mas é doloroso...
    São decisões dificies que encontramos... mas cabe a nos mesmams avaliarmos e decidirmos, independetemente da opinião dos outros e até mesmo da culpa!
    Adorei a forma que vc acolheu nossa situação e capacidade de decisão. Adorei tbm os elogios!

    Alias, obrigada!

    Beijos, Marcia

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  3. Tiago, parabéns pela sensibilidade e iniciativa. Um Abraço, Carol

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  4. Amei tudo isso, suas palavras foram realmente fantasticas!!!!!!!
    Ana Saraiva

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