quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mudança



Tanto no consultório quanto nas empresas em que tenho trabalhado um tema que aparece constantemente é a mudança.

Pessoas querem mudar o modo como enxergam o mundo, querem mudar a forma como se relacionam com outras pessoas ou com seu trabalho, querem mudar para não ser mais quem são, querem se livrar da dor e da aflição por serem como são.

A princípio parece ser algo simples como se pudéssemos simplesmente ligar ou desligar algo em nós mesmos capaz de alterar nossos comportamentos, atitudes e a nossa visão de mundo, como se nossa mente fosse como um computador capaz de ser reiniciado ou com programas apagáveis e substituíveis a um simples toque de botão. Aliás, esse tipo discurso onde somos comparados a máquinas é reducionista e serve apenas como comparação, pois somos infinitamente mais complexos e inteligentes que uma máquina de calcular.

De qualquer forma, vivemos numa sociedade imediatista, onde tudo deve ser feito para ontem, onde não há tempo para a reflexão ou para o amadurecimento de novos conceitos e idéias.

A mudança é possível, inclusive fisicamente. Várias pesquisas tem demonstrado a plasticidade de nosso cérebro, de como ele é capaz de criar e manter novas conexões entre os neurônios alterando os “caminhos” utilizados pelo cérebro diante de determinada situação.

Só que para que isso ocorra é preciso tempo e paciência. Muitas vezes é preciso tempo para pensar nos fatores que impedem a mudança. É comum as pessoas saberem o que não as agrada em si mesmo, ou em que áreas precisam mudar um determinado comportamento, mas não conseguem agir de acordo com o que já sabem. Fatores emocionais, como o medo da mudança, sair da sua zona de conforto e a dificuldade de deixar para trás formas de pensar que se estruturaram durante décadas, são dificuldades que irão impedir ou dificultar estas mudanças.

Nosso trabalho como psicólogos é auxiliar as pessoas neste processo. Apontar as pedras no caminho, jogar luz nas opções que se abrem e quais são as conseqüências de cada uma delas. Trabalhar os medos e inseguranças que possam vir junto com esta mudança e servir de apoio, mas também auxiliar esta pessoa a caminhar com as próprias pernas.

O crescimento e o desenvolvimento é algo intrínseco do nosso ser, portanto algo natural e desejável, mas nem por isso é um processo fácil ou que ocorre espontaneamente. É preciso antes de tudo reconhecer esta necessidade, que é uma das poucas constantes da nossa existência: a mudança.





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Um comentário:

  1. "I don't want to change the world... I don't want the world to change me"!!!! (Ozzy)

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