sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sobre medos



Já poderia ter escrito sobre uma porção de assuntos. Ensaiei escrever sobre relacionamentos, sobre como muitas vezes nos omitimos ao não querer saber como o outro está. Pensei também em escrever sobre a ansiedade e sobre alguns fatos que venho observando na minha prática no consultório. Pensei ainda em escrever sobre a morte, e nas muitas coisas que ela nos faz pensar e sentir. Pensei, pensei e pensei, mas no final acabei por não escrever sobre nada disso. Na verdade não escrevi sobre nada. Então me dei conta que este é um assunto que vale a pena escrever. O porque de ainda não ter escrito nada.

É verdade que tenho trabalhado bastante e por isso tenho pouco tempo para me dedicar a escrever. É bem verdade também, que não sou nenhum especialista em nenhum destes assuntos. Para escrever e trabalhar, conto com minha experiência de vida, os livros, filmes e músicas, que já li, vi e ouvi, e também com as experiências daqueles que estão próximos de mim. Poderia então dizer que não tenho o conhecimento suficiente para escrever sobre nenhum deles. Poderia ainda dizer que, nenhuma destas idéias me interessou de verdade. Poderia utilizar estas e muitas outras desculpas para esconder o que de fato me impediu de escrever até agora, que é o mesmo que me impediu antes, em tantos projetos inacabados. O medo.

O medo de não saber como as pessoas irão avaliar aquilo que escrevo. Medo de estar dizendo um monte de asneiras. Medo por não saber como as pessoas que me conhecem irão reagir a esta minha faceta. Medo de que pessoas que eu nem conheço leiam e me achem um babaca. Medo de que as pessoas que são atendidas por mim me achem prepotente, e por aí vai.

Muito de como nos vemos está ligado ao modo como os outros nos veem, daí o medo de se expor. Neste caso específico o medo de ser julgado, ou avaliado. Medo da rejeição, do fracasso e até da ruptura de uma imagem idealizada que tenho de mim mesmo, ou seja, de descobrir de não ser tão bom quanto imagino que sou. Isso pode não ser muito agradável, mas pode sim me ajudar a melhorar meu modo de escrever, e de pensar. A partir do momento que coloco minhas idéias à prova, estou me abrindo tanto para elogios e uma troca positiva e construtiva de idéias, assim como a críticas maldosas e destrutivas.

O medo nos paralisa e se deixarmos aos poucos vai ocupando todos os momentos de nossa vida, não deixando mais espaço para os nossos sonhos, nossas vontades e por fim nossas necessidades. Impedindo que vivamos uma vida mais satisfatória e plena, onde possamos explorar todo nosso potencial.

Aniquilar totalmente o medo, acredito que não é possível, mas posso sempre combatê-lo. A melhor forma, a meu ver, é uma boa dose de autoestima. Acreditar que o que tenho para dizer pode sim ajudar outros como eu, ignorando assim meu lado mais pessimista. Outro fator importante é a coragem. Muita coragem para encarar e vencer estes medos. Ter um objetivo, ou um sonho, também é importante. É ele que nos dá a direção e força para encarar o que vier pela frente.

O meu objetivo neste momento é escrever algo que as pessoas, conhecidas ou não, possam ler, se identificar e quem sabe até ajudar de alguma forma. Por isso aqui está.



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5 comentários:

  1. Ótimo começo Ti!! Vou te acompanhar por aqui, não deixa de atualizar sempre.
    Beijos, Ju

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  2. Muito bom meu Velho!

    Ótimo início e boa sorte na empreitada!

    Luizão.

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  3. Eu sou o cara mais medroso que eu conheço. Mas toda vez que tenho medo de algo, vou e faço. Às vezes dá certo e a gente mata "os demônios". Às vezes, ferra tudo de uma vez. De qualquer jeito, o medo já não é tão forte. E concordo contigo:
    "Ter um objetivo, ou um sonho, também é importante. É ele que nos dá a direção e força para encarar o que vier pela frente."
    Isso talvez seja o fundamental no ponto. Isso e uma certa dose de coragem ou mesmo uma impetuosidade tola faz a gente seguir em frente.
    Porque mesmo que a vida seja uma série sem fim de erros, é a partir dos erros que se fazem os acertos.
    Nada mais que humano.

    Abração,

    D.

    P.S.: Continue escrevendo. Eu com certeza já sou um leitor. Apesar que sempre preferi um bate papo e cerveja na mão.

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  4. Estou emociona! E orgulhosa! Muito orgolhusa de finalmente poder ver vc concretizar parte de tudo o que vejo (tenho a sorte de ver!) todos os dias em seus olhos! De ver seu talento; a riqueza de ideias que vc tem pra compartilhar com quem estiver disponivel. Fico feliz em saber que outras pessoas tbm terão a sorte que eu tenho, de te conhecer, compartilhar idéias, pensamento e sentimentos com vc.

    Quanta coragem!!! É preciso muita coragem pra olhar para os seus proprios medos, e mais coragem ainda para falar abertamente sobre eles... Coragem para mostrar parte de vc pra todos que quiserem ver.

    Meu desejo é que vc possa lidar com o medo de mergulhar em si mesmo (seus sentimentos seus relacionamentos...) e se lançar corajosamente na grande aventura de ser si mesmo.

    Vou estar com vc, vc sabe!

    Penso que o amor é sempre condicional e, minha condição é que vc não se perca de si mesmo! Esse, que eu vejo sempre em seus olhos e que conheço, mesmo sem conhecer...

    Amo vc!

    Marcia.

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  5. O medo é meu companheiro inseparável, em alguns momentos ele me paralisa, em outros eu tomo umas com ele. E assim segue a vida.
    Curti a iniciativa. Boa sorte e não pare de escrever.

    beijos
    beijos na família

    Camilla

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