Nelson Mandela nos deixou.
E deixou também sua história de vida com a qual
podemos aprender muito.
Mandela foi um grande estadista, um homem que desafiou
aqueles que detinham o poder e que muitas vezes deixou sua vida particular em
segundo plano para lutar pelos ideais de igualdade entre os povos, independentemente
de sua raça e origem.
Como psicólogo o que me chama a atenção na história de vida
deste homem é a sua capacidade de resignificar sua própria história.
Este foi um homem que passou 27 anos de sua vida
encarcerado, viveu dentro de um regime segregacionista (o aparthaid) e que
antes de ser preso passou por uma temporada no exterior aprendendo técnicas de
luta armada para resistir a este regime.
Este mesmo homem, uma vez liberto tornou-se presidente de
seu país, acabou com o aparthaid e teria motivos de sobra para querer vingar-se
de seus carrascos.
Mandela recusou-se a usar seu passado como desculpa para incitar
a vingança e criar, quem sabe, um aparthaid às avessas, retirando da minoria
branca a seus direitos, exatamente como esta havia feito com os negros durante
as últimas quatro décadas.
Mandela olhou para o futuro e a nação que ele gostaria de
construir. Uma nação onde essas desigualdades não existissem, mais uma vez se
colocando contra muitos, mas fiel a seus princípios.
E quantas vezes não utilizamos fatos que ocorreram em nosso
passado para justificar o mal que fazemos ao outro? E quantas vezes não
utilizamos o nosso passado para nos colocarmos na posição de vítimas?
De que maneira estamos utilizando a nossa própria história?
Obrigado e adeus Mandela.
Abaixo um trecho do filme Invictus em que Mandela arrisca
seu poder político com os próprios companheiros ao defender que as cores do
time de rúgbi do país sejam mantidas. O rúgbi e as cores do time são algo valorizados pela minoria branca.
Ele está em
inglês, mas este é um excelente filme para quem tiver interesse em conhecer um pouco mais sobre esse homem
excepcional e sobre este momento histórico.
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